Semana de Aulas Laboratório de Teoria: Teoria Lésbica Brasileira
25 à 31 de agosto
SE INSCREVA
- 25/08 às 16h. Aula com Alice Oliveira “Construindo nossa visibilidade e nossos marcos”. INSCRIÇÃO
- 26/08 às 19h30. Aula com Raíla de Melo. “O fazer pesquisa a partir das contribuições teóricas de sapatonas negras: metodologia e decolonialidade interseccional. INSCRIÇÃO
- 27/08 às 19h30. Aula com Manoela Veras. “Lesbonegritude em debate”. INSCRIÇÃO
- 29/08 às 19h. Aula com Patrícia Lessa. “Teoria Lésbica em Abya Yala”. INSCRIÇÃO
- 31/08 às 10h. Aula com Carla Henrique Gomes. “Resgatando o ISMO político. Um caso de teimosia”. INSCRIÇÃO
- 31/08 às 14h30. Aula com Cláudia Macedo. “A colonialidade da sexualidade e as relações entre mulheres”. INSCRIÇÃO
Aulas remotas via zoom, confira a programação e se inscreva! Acompanhe as atualizações: @laboratoriodeteoria
A Semana de Aulas Teoria Lésbica Brasileira tem o objetivo de difundir as ideias e investigações de pesquisadoras, teóricas, escritoras e ativistas lésbicas brasileiras, contribuindo assim para a construção coletiva da epistemologia, teoria e perspectiva lésbica nacional. A primeira edição ocorre no Mês da Visibilidade Lésbica junto à programação nacional que busca tematizar a lesbianidade em suas várias facetas, históricos, reivindicações e propostas. A curadoria é de Daniela Alvares Beskow, cientista política, escritora e artista. @daniela_beskow
25/08 às 16h
Alice de Oliveira
Construindo nossa visibilidade e nossos marcos

Relato sobre o início do movimento de lésbicas organizadas no Brasil: SOMOS, GALF, chanaconchana e processo da primeira reunião para organização do primeiro Encontro Nacional de Lésbicas no Brasil em 1993, realizada em São Paulo, no CIM – Centro de Informação da Mulher, com cerca de 50 lésbicas presentes. Fotos, reflexões e debate com as participantes.
Alice Oliveira
Fotógrafa, cofundadora SOMOS (1978) – considerado o primeiro grupo organizado LGBTI+, ativista Rede LesBi Brasil. Atualmente, Conselheira Local Saúde Hosp. Mulher/Fortaleza.
26/08 às 19h30
Raíla de Melo
Sapatonas negras: o fazer da decolonialidade

O objetivo desta aula é apresentar às participantes as contribuições teóricas de sapatonas negras enquanto protagonistas teóricas na produção de saberes e pesquisas, dentro e fora da academia. Durante o encontro, falaremos sobre ferramentas teóricas e metodológicas a partir dos conhecimentos compartilhados por sapatonas negras em suas vidas cotidianas, e com foco especial às contribuições de lésbicas e sapatonas negras nos movimentos sociais, onde criam estratégias políticas na luta por uma sociedade mais justa.
Raíla de Melo
Raíla de melo é ativista e pesquisadora zami, sapatão negra, autora do livro “Sapatonas negras: potências em movimento” (Ed. Letramento, 2022). É bacharela em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) e advogada. Possui mestrado em Ciências Sociais pelo Departamento de Estudos Latino-Americanos, da Universidade de Brasília (UnB), e atualmente é Doutoranda em Direitos Humanos e Cidadania (PPGDH/UnB). Foi international fellow no The Center for Black, Brown and Queer+ Studies (2021). É pesquisadora associada na Association of Internet Researchers (AoIR).Trabalha, vive e pesquisa temas de gênero, raça e lesbianidades e suas intersecções com as redes sociais e tecnologias.
27/08 às 19h30
Manoela Veras
Lesbonegritude em debate

Ao observar as principais referências do pensamento lesbofeminista, nota-se que a maioria das autoras lembradas são mulheres brancas, como Andrea Dworkin, Marilyn Frye e Sheila Jeffreys. Essa limitação racial não ocorre por acaso, mas reflete a ausência de mulheres negras reconhecidas como intelectuais dentro da teoria lesbofeminista. Nesse contexto, apesar da relevância e do pioneirismo das autoras citadas, é necessário expandir essas referências, incorporando os estudos de mulheres negras que integram essa corrente e questionando a perpetuação do pacto da branquitude na academia e na militância lesbofeminista. À vista disso, esta aula tem como objetivo discutir a lesbonegritude e promover debates e contestações acerca dos silenciamentos e marginalizações das mulheres negras lésbicas.
Manoela Veras
Graduada em Relações Internacionais na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e mestranda em História Global (UFSC) na linha de gênero, subjetividades e poder. Atualmente, é palestrante sobre mulheres, raça, colonialidade, teoria feminista e relações de poder. Além disso, é professora da Escola da ALESC e faz parte do Projeto Mandonas, do Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH) e trabalha com os seguintes temas: História das Mulheres, História das Mulheres Negras no Brasil, silenciamento de mulheres, mulheres na política, women’s studies, decolonialidade e direitos reprodutivos. Também é criadora do Olhar à Veras podcast e do clube de leitura feminista Insubordinadas, além de promover cursos e fazer um trabalho de democratização de conhecimento politizado e feminista no instagram @manoelaveras.
29/08 às 19h
Teoria Lésbica em Abya Yala
Patrícia Lessa

O termo Abya Yala é utilizado por feministas decoloniais, indígenas, mulheres rurais, negras, lesbofeministas para rever as nossas narrativas. Norma Mogrovejo, em 2021, revisou o seu livro Um amor que se atrevió a decir su nombre: la lucha de las lesbianas y su relación con los movimientos homossexual y feminista en América Latina. O título da reedição realizadautiliza Abya Yala, segundo a autora, como esforço para decolonizar nossas corpas ao rever nossa história”, a palavra não é uma simples troca de nomenclatura, é, sobretudo, um ato político de resistência e de revisão. Abya Yala na língua do povo Kuna significa Terra madura, Terra Viva ou Terra em florescimento e é sinônimo de América. Autoras como Yuderkys Espinosa Miñoso, Patricia Karina Vergara Sánchez, Ochy Curiel, Norma Mogrovejo, Maria Lugones, Silvia Cusicanqui, Gloria Anzaldua, Patrícia Lessa revisitam as teorizações lesbofeministas e reescrevem em uma perspectiva que contempla o corpo-território. Os nossos corpos são um território político e como tal uma construção histórica. Nesta perspectiva pretendemos apresentar um breve esboço da teoria lésbica dialogando com as autoras supracitadas. Vamos pensar a lesbianidade em uma perspectiva decolonial e libertária.
Patrícia Lessa
Educadora, escritora e tradutora. Possui formação em Educação Física e História, doutorado em História e PhD em Letras. Demais dados podem ser encontrados no site: https://patricialessa.com.br/.
31/08 às 10h
Carla Henrique Gomes
Resgatando o ISMO político. Um caso de teimosia

O termo lesbianidade tem sido utilizado e difundido como o “termo correto” para se referir à sexualidade de mulheres lésbicas por, supostamente, corrigir a patologização que se presume estar inerente ao sufixo “ismo”. Nesse encontro, discutiremos as particularidades da história lésbica que possibilitam interpretar o sufixo ISMO de maneira política, com a mesma conotação que em feminismo, anticapitalismo e assim por diante. Exploraremos as nuances políticas que diferenciam o movimento lésbico feminista do movimento gay, com vista ao objetivo de reintegrar o político a todas as esferas de nossas vidas, inspiradas por autoras como Marilyn Frye, Sheila Jeffreys, Audre Lorde e Adrienne Rich. Afinal, o pessoal é político.
Carla Henrique Gomes é mãe, lésbica com formação em Psicologia pela UFG e mestrado em Psicologia Clínica e Cultura pela UnB. Atualmente, atua na clínica como psicanalista e dedica-se a investigar os possíveis pontos de contato entre a prática clínica e o projeto feminista, tendo como referenciais teóricos a psicanálise lacaniana e o lesbofeminismo.
31/08 às 14h30
Cláudia Macedo
A colonialidade da sexualidade e as relações entre mulheres

Como processos do período da invasão de Abya Yala deixam suas marcas sobre vivêcias sapatônicas até os dias atuais? Como o fato de vivências lésbicas terem sido transformadas em não-humanas e consideradas crime, pecado ou doença deixou cicratrizes reformuladas na lesbofobia (internalizada, social, estrutural) cotidiana? Como a colonialidade da sexualidade se consolidou em um dos eixos estruturantes do sistema mundo moderno capitalista? Na aula, propomos refletir sobre esse tema e trocar ideias sobre estratégias para descolonizar nossos amores, para descolonizar nossas sexualidades.
Cláudia Macedo – paraense, sapatão-feminista, co-ideliazadora do LesboCenso DF, amante de cachoeiras e igarapés, servidora pública há mais de 10 anos, doutora em ciências sociais pelo Departamento de Estudos Latino-americanos da UNB e autora do livro “Colonialidade da Sexualidade: implicações sobre violências em relações lésbicas na América Latina”
Laboratório de Teoria indica:

Grupo de leitura Autoras Lésbicas Brasileiras
Com Daniela Alvares Beskow, cientista política, escritora e artista. Curadora da Semana de Aulas Teoria Lésbica Brasileira
Primeiro encontro: 28/08 às 19h
Realize sua inscrição até 17/08 às 21h e receba gratuitamente o livro “Marielle e Mônica: uma história de amor e luta”.
Inscrições neste link: https://forms.gle/uR2ywd1sgzcDs6mj9
Informações: @daniela_beskow